23 de novembro de 2010

PROPOSTAS para uma agenda futura.

Eu, Dimi Kireeff, assumi a presidência da APROSOM quando ainda era associado relativamente novo.

No decorrer do mandato, percebemos as principais demandas dos associados. Elas devem estar presentes na agenda futura da entidade, para que esta agenda seja representativa dos anseios dos associados. Discutirei rapidamente cada uma delas:

A.  O não cumprimento dos preços estabelecidos na tabela por parte de concorrentes, ou queixas de outras formas de concorrência desleal por parte de outros associados.

Este tipo de queixa, aparentemente, tem sido frequente desde sempre na entidade. Fomos pesquisar, e não tivemos notícia de qualquer medida punitiva que a entidade pudesse impetrar. Não há referência nem no estatuto da associação, nem no histórico da entidade. Apesar disso, alguns associados acham que APROSOM perde o  sentido na medida em que não se respeita a tabela. Esse comportamento nos fez pensar que a APROSOM foi fundada sob um paradigma de precificação; a tabela de preços referenciais seria seu maior patrimônio, na medida em que garantia um patamar de remuneração para o setor. Na medida em que a tabela é desrespeitada, surge a idéia de que a entidade está superada.

Acho, pessoalmente, míope o olhar de quem acredita nesse raciocínio. Acreditamos que a APROSOM tem muito a denfender no que tange os interesses coletivos do nosso setor. Por outro lado, acho que a credibilidade dos nossos valores referenciais só será conquistada com medidas de relacionamento como as que temos tomado, visando o reconhecimento da tabela por parte dos outros setores do mercado de propaganda.

Por outro lado, sou partidário de que não adianta excluirem-se da APROSOM produtoras jovens, garantindo associação apenas a “players” tradicionais do setor; na verdade, os “novatos” entram no mercado independentemente da APROSOM, e seu acolhimento na entidade é útil coletivamente, na medida em que propaga os conceitos da entidade e divulga nossos documentos padronizados e práticas comerciais. Com base nessa crença, aceitamos 7 novos associados nos últimos dois anos. Recentemente, fizemos uma reunião com produtoras ativas do mercado carioca, e temos a prosposta de associação de outras 4 produtoras.

B.  O não pagamento das cópias de veiculação.

Este assunto já foi discutido acima, mas vale reiterar que a garantia desse nosso direito passa pela batalha jurídica junto à SECOM e à informação dos profissionais das agências quanto aos direitos autorais e às praxes do mercado, o que realizaremos através do I Curso APROSOM de Direitos Autorais. E também com o posicionamento firme dos associados quanto a isso, não aceitando o não pagamento das cópias.

C. Práticas comerciais abusivas por parte das mesas de compra, na formação de “pools”, estabelecimento de preço e imposição de prazos e condições de pagamento abusivos por parte dos grandes clientes.

Clientes grandes como AMBEV e GM, por exemplo, vêm impondo prazos extensos para o pagamento de seus débitos. A APROSOM vem se manifestando veementemente contra este tipo de abuso, e recomenda o prazo de 30 dias após a aprovação do orçamento.

O uso de pregões eletrônicos com estratégias que visam o canibalismo entre os concorrentes também merece nosso repúdio e o combate sistemático. Não podemos aceitar que nosso trabalho seja abordado de uma maneira impessoal e ignorante, que só visa o corte de custos implacável. Nossa atuação junto ao processo de formação do “pool” da AMBEV foi uma vitória nesse sentido.

Uma oposição a este tipo de comportamento por parte dos clientes deve envolver uma negociação extensa entre produtoras, agências e clientes, no sentido de fazer retornar às agências as intermediações do setor de produção. E devemos contar, novamente, com a firmeza de posicionamento dos associados.

 D.  Solicitação de serviços e informações diversas.

 Associados recorrem à APROSOM principalmente em busca de informação. Informação sobre autoria de obras, sobre domínio público, sobre profissionais do setor,  sobre suporte jurídico em casos específicos, etc. Sugiro que, nas próximas gestões, este tipo de serviço seja reorganizado e sistematizado, com enriquecimento de bancos de dados específicos e formas de participação viralizada dos associados, uma espécie de “WIKIAPROSOM”.

 E. Cobrança de B.V. de produção por parte das agências

 Este assunto surgiu mais por interesse pessoal meu, que acho um absurdo o conceito da B.V.. Propus em assembléia criarmos um ranking de reclamações de B.V. e cumprimento de prazos de pagamento, proposta que foi votada e aprovada. Enviamos uma pesquisa por email que demonstrou baixa adesão por partes dos associados. Um associado expressou preocupação com o sigilo dessas informações, o que me pareceu procedente. Sugiro que a pesquisa seja proposta novamente mediante um mecanismo mais impessoal e sigiloso que o email e mesmo que o interesse em lidar com essa questão seja reavaliado.

 Além destes temas, deixamos para a próxima gestão o prosseguimento da realização do I FESTIVAL APROSOM DE ÁUDIO PUBLICITÁRIO, a continuidade das nossas propostas tributárias, a continuação de nossa oposição às mudanças na lei do direito autoral e o aprofundamento da formalização das relações das produtoras de áudio com o mercado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário